Atelier de Valda atende clientes há 35 anos em Brotas


Ela aprendeu o ofício de costureira aos 17 anos. "Foi precisão da vida mesmo", diz Valda de Jesus Vieira, residente em Campinas de Brotas, onde também mantém um atelier de costura para atender dezenas de clientes da cidade. Em Brotas, constituiu família e criou três filhos.

Ao longo dos últimos 45 anos, Valda acompanhou as transformações do bairro. "Quando cheguei aqui era tudo mato. O ônibus ia até as proximidades da Cruz da Redenção", recorda. Anos depois, chegou o asfalto e água encanada. As ruas próximas à Alameda Tupy, onde reside desde que chegou de Serrinha aos sete anos de idade, foram abertas por "seu Almiro", que era dono de muitos terrenos e construiu casas em Campinas de Brotas.

O atelier começa a funcionar todos os dias às 8 horas da manhã. Valda tem uma equipe de três costureiras e supervisiona pessoalmente o trabalho delas. Afinal, suas clientes são muito exigentes. Lita, por exemplo, que mora na Pituba e faz roupas há 20 anos no atelier,"é muito exigente e sabe o que quer. Faço roupas para ela, para as filhas e netas", comemora.

O preço das roupas femininas depende dos detalhes e confecção de cada peça. Já a confecção de calças masculinas custa, em média, R$ 25,00 (vinte e cinco reais). Ela também faz jalecos para profissionais e estunates da área de saúde, uniformes para empresas e roupas para eventos especiais (casamentos, formaturas, etc).

Valda gosta de morar em Brotas e não pretende deixar o bairro, apesar da insistência dos filhos. Eles se preocupam com sua segurança. Aliás, essa é uma reivindicação da costureira: que o bairro volte a ser tranquilo e sem violência. Para ela, um lugar como Brotas, em que se pode viver bem e perto de tudo, não pode mais sofrer com assaltos e insegurança.

"China" vende revistas e esbanja simpatia com os clientes de Brotas


Antonio Souza de Almeida passou a ser conhecido como "China" em Salvador. Foram os alunos do Colégio Estadual Severino Vieira - seu primeiro emprego na cidade - que fizeram a "homenagem". E o apelido pegou!!

Na capital da Bahia desde 1960, "China", ganhou mais que o apelido. Conquistou muitos amigos, casou, criou família e mantém em Brotas a famosa "Banca do China", há 36 anos. O estabelecimento funciona das 7 às 21 horas, em frente ao Conjunto Residencial Costa e Silva, na Avenida D. João VI.

Focado em atender bem a cada cliente, "China" recebe elogios de todos os usuários. "Aqui eu mando", dia Maria Del Pilar, residente em Brotas há 43 anos. Já Mário Guido, considera o "serviço essencial. Ele talvez não me conheça, mas eu conheço e admiro sua dedicação".

Anônimos e famosos já compraram revistas, doces ou refrigerantes na banca. Entre os famosos, "China" lembra de Carlinhos Brown. "Ele começou comprando pacotes de figurinhas, quando era adolescente", informa.

O atendimento é extensivo também a moradores de Nazaré e Pituba. Eles ligam para reservar jornais, revistas e outras publicações. "Basta ligar,e guardamos o que cliente desejar comprar", diz informando telefone de contato: 7199051125.

Advogado Antonio Carlos Souza quer resgatar antigas amizades do bairro

Realizado, feliz e com saudade dos amigos que se foram. Assim vive o advogado Antonio Carlos Andrade Souza, residente em Brotas desde 1947. Durante este tempo acompanhou as mudanças do bairro e ocupou diversas funções de destaque profissional em Salvador.

Nascido em Santa Inês, mas registrado em Salvador, Dr. Antonio Carlos - como é conhecido pelos amigos - pertence à 2ª turma de Direito da Universidade Católica de Salvador (UCsal) - 1963 - e durante 10 anos atuou como advogado do extinto Banco Nacional, para a Bahia e Sergipe.

Em 1976, deixou o banco, e, assumiu o cargo de delegado de carreira no Governo do Estado da Bahia. Cuidou da área de atenção aos menores, promoveu diversos congressos e palestras sobre os direitos de crianças e adolescentes. "Tive a honra de atuar junto ao Desembargador aponsentado Alírio Caulliry", ressalta Antonio Carlos. O período foi marcado também pela boa cooperação entre a Polícia Civil e Juízado de Menores, na pessoa do Juiz Agnaldo Bahia Monteiro.

De Brotas, o advogado tem boas lembranças: os amigos, as brincadeiras e tranquilidade do bairro. Quando estudante, por exemplo, costumava participar da "Guerra de Mamonas", à bordo do bonde de "meio-dia e quinze", que subia a ladeira dos Bandeirantes, passava pelo largo do Matatu e seguia para o fim de linha de Brotas. Memoráveis também foram as peladas perto do paiol de pólvora do exército, na Vila Laura.

Antonio Carlos menciona também personagens pitorescos como "o tirano cabo Lanha". Este dizia: "Está preso, mas , se der dinheiro, tá solto!". Era o encarregado de percorrer as ruas do bairro e impedir arruaças e brincadeiras á noite. "Anos depois, já delegado de polícia, encontrei o Cabo Lanha, bem velhinho, na 6ª Delegacia", recorda.

Indagado sobre o que resgataria de Brotas, nos bons tempos, para os dias de hoje, Antonio Carlos, responde sem hesitar: os amigos que se foram! E menciona alguns: o ator Geraldo Del Rey, Antonio Silvãnio, Olinto, Alfredo (conhecido como "Belitoo").

Aos 74 anos, pai de quatro filhos advogados, uma dentista e ou tra formada em Letras; realizado profissionalmente - ex-conselheiro da OAB-Bahia, de 1995 à 1997, presidindo a Comissão de Assistência Judiciária - ; e advogando "como nunca", Antonio Carlos Andrade Souza arremata: "Sinto-me realizado com o Direito, mas decepcionado com a Justiça. Especialmente, a justiça baiana".

COSTA LIMA e Vanessa: talento em família!!

O pintor, músico e artista plástico, Antonio João Costa Lima produziu seu primeiro quadro para impressionar Olmeide, sua namorada, em 1969. A estratégia deu certo e eles estão casados até hoje. E Costa Lima não parou mais de pintar e encantar a todos com uma produção vasta e diversificada. Prova disso é o atelier instalado em um apartamento em Brotas - onde mora a mais de 30 anos - repleto de peças produzidas em diversas etapas de sua vida.

Acompanhado por Vanessa - sua herdeira no talento para as telas e pincéis - o artista recebeu o editor do Blog De Brotas em seu atelier e explicou sua versatilidade dizendo: "Sinto a ansiedade da arte. Minha meta é a inatingível perfeição". Antes de dedicar-se integralmente à pintura, trabalhou em armarinho e foi calígrafo da Enciclopédia Delta La Rousse. Cristão evangélico desde os 16 anos, Costa Lima começou ilustrando as lições na Escola Bíblica Dominical. Os primeiros quadros eram vendidos a amigos e parentes.

Foi justamente um amigo,o vitrinista Enoque Silva, quem expôs o primeiro quadro de Costa Lima ao público. A peça foi colocada na vitrine da loja Petrônius, na rua Chile, em Salvador. Em seguida, com o apoio de Eckener Cardoso, fez sua primeira exposição no Gabinete Português de Leitura, em 1973. "Produzi e apresentei 15 quadros em um local que mal cabia 8 peças. Foram todas vendidas rapidamente!", lembra com alegria. Daí em diante, passou a viver exclusivamente da arte.

Costa Lima acredita que "obra de arte é patrimônio que passa de pai para filho". Talento também! Por isso, sempre estimulou os filhos, Vanessa e Helcinho, a desenvolverem habilidades nessa área. Até o momento, Vanessa - que começou a pintar aos 11 anos - tem se dedicado mais ao ofício. Já produziu 25 telas e adotou o nome (duplamente) artístico de "Van Costa".

Os quadros de Costa Lima estão expostos atualmente na Associação do Magistrados da Bahia, no 2º piso do Fórum Rui Barbosa. Sua obra pode ser conhecida através do site www.costalimapintor.com . Os contatos com o artista devem feitos através do email costalimapintor@yahoo.com.br ou 7199796069.